terça-feira, 22 de março de 2011

O Rio de Janeiro continua sendo...

Um homem tentou me passar a perna com uma lábia ferrada. No mesmo dia, fui enganado por uma máfia de taxistas. No dia seguinte, uma viagem de trem até a puta que pariu atrás da mulher que me seria um baita problema dali pra frente. No próximo, tentativa de assalto de um garoto que nem havia completado os dez anos. Revistado por um policial mal-encarado no meio da noite. Visita casual ao puteiro mais famoso da cidade. Quase me meti em encrenca no alto de um prédio, no apartamento de cafetões esquisitos.
Perdi a passagem de ônibus. Passei a noite bebendo com gringos. Conheci gente dos quatro cantos do planeta. Fiz um juramento ajoelhado na beira do mar. Descobri que é possível, sim, uma mulher ter peitos tão grandes que escapam pros lados do corpo.
Aprendi a lavar banheiro. Aprendi a lavar cuecas. Aprendi a passar roupa. Aprendi como não parecer suspeito. Subi no alto de uma pedra de vários quilômetros de altura, de onde pude ver a cidade inteira e tomar banho de chuva de dentro da nuvem. E é uma cidade muito grande.
Muito grande.
Conheci gente que eu já pensei que nunca veria ao vivo na vida. Me meti em intrigas e joguetes idiotas vindo de pessoas que eu jamais imaginaria. Estive em festas ótimas. Estive numa boate de primeira classe que mal dava pra andar sem pisar em alguém.

Foi tudo assim. Atropelado, uma coisa atrás da outra, sem tempo pra respirar. Do jeito que eu gosto.
Prevejo que vai levar muito tempo pra ouvir a palavra rotina de novo.

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