quinta-feira, 15 de abril de 2010

Por isso, meu amor, não tenha medo de sofrer.

Escreverei um post exclusivamente para a Fabrícia, que veio me cobrar hoje.
Ela tem um blog super sentimental e melado onde trata de amores, amizades e toda essa viadagem indispensável.
De tudo o que eu li, concordei com cada palavra. Porém, devo admitir que o visito pouco. Aquilo tudo me deixa meio pra baixo.

Tratarei então de um assunto que, acredito, nunca tratei nesse blog. Talvez agrade minha mais nova leitora (R)
Minha visão do amor. Lembrando que nada aqui é a verdade universal. É só o que eu acho.
Pode ser? Vamo lá.

Pra começar, amor e paixão são coisas totalmente diferentes. Vamos deixar isso bem claro aqui.
Paixão é o desejo. Aquela vontade de dar uns pegas bem loucos e trepar até suar a última gota. E tem que ser com aquela pessoa, saca. É mais do que tesão, é paixão. Ficantes muitas vezes se apaixonam. Não é lá tão dramático.
Casais apaixonados não são fofos. Por vezes são nojentos, até incivilizados.
A paixão é, em grande parte, inofensiva. É a parte mais de boa, sem sofrimento.

Amor vem depois. Não sei se a paixão é uma passagem obrigatória ou se dá pra começar a amar alguém sem ter o desejo carnal. Imagino que não dê.
Gostaria de deixar claro que, no nosso vocabulário, faltam palavras pra nomear todos os tipos de amor. Amor de família é uma coisa, amor conceitual é outra ("Vish, eu amo meu trabalho!"), amor de romance é outra. Talvez ainda haja outro(s) tipo(s) que não me ocorre(am) agora. Estamos tratando do amor romântico. Aquele dos filmes e coisa e tal. Aquele que você sente por uma pessoa do sexo oposto (bom, depende de quem for você) e não aquele que você sente pela sua mãe ou seu cachorro.

Amar uma pessoa é, pra mim, colocar ela na sua frente. Não adianta vir com esse discurso pseudo-maduro que afirma que o amor-próprio vem primeiro e colocar o amante a sua frente é burrice e coisa e tal. Não sei se é assim com todo mundo, mas pra mim colocar a pessoa como prioridade é simplesmente incontrolável.
Talvez cada um encare o sentimento a seu próprio modo, vai saber.

Bom, colocando ela a sua frente ou não, o bem dessa pessoa é de muitíssima importância. Quando se ama, você tem toda uma carga extra de sentimentos pesados. Quando a pessoa tá na bad, você tá na bad. Quando a pessoa tá na nice, você tá preocupado em mantê-la na nice. Dizem que o esquema é levar tudo de modo mais suave possível, pra não tornar o clima tão pesado quanto ele é propenso a ficar.

O amor é duradouro. Se bem tratado, pode levar a vida inteira (e isso é cientificamente comprovado), mas isso requer muita paciência e esforço. Talvez não valha a pena. Tem tanta gente no mundo, como saber se vale grudar numa só, por melhor que ela seja?
Bom, eu já li em algum lugar depoimentos de um senhor casado há trocentos anos. Ele dizia como era única a sensação de ter alguém que te entende de cabo a rabo, por vezes mais do que você mesmo. Dizia como os dois, juntos, já eram praticamente um "dois-em-um" e como era confortável a vida ao lado da senhorinha dele. Achei comovente.
Mas eu nunca amei ninguém por toda a vida (pasme você), então não saberei dizer se vale mesmo a pena ou ele estava sendo exagerado. Posso dizer com certeza que, estando com quem se ama, dá vontade de fazer aquilo durar ao máximo. Provavelmente vale a pena.

Depois de muito tempo com a mesma pessoa, a paixão acaba. Mas não é o fim do mundo. O amor tá lá, aquele querer-bem. Paixão se reconstrói, se consegue de novo, se dá um jeito. O que importa mesmo não acaba sem mais nem menos, e eu acho isso muito bonito.

Assim, de cara, o amor parece algo ruim. Parece uma espécie de maldição que te prende numa pessoa e te faz sofrer por ela. Mas, depois que você já entrou e já saiu dele, entende que não é bem assim. É muito difícil explicar, mas você simplesmente sabe que valeu a pena. Que aquelas boas lembranças, os momentos de conforto absoluto, aquelas horas em que eram só os dois e tava tudo certo, não faltava mais nada. Aquelas vezes em que você conseguia fazer a tal pessoa feliz e aquilo dava uma gratificação indescritível.
Ok, parei... Esse papo já tá me deixando bolado.

O que eu quero dizer é que o barato é tenso, o preço é salgado e o retorno não é garantido, mas lhe garanto que vale a pena.
É isso.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Da bada bada tu da ta ta... (8)

Ultimamente tenho enchido a cabeça com uma série de coisas abstratas. Me preocupando com marketing de bombons, mulheres abduzidas, nazistas alheios, matéria atrasada, relacionamentos, falta de ar e coisa e tal...
Pensei em postar sobre tudo isso, mas hoje em especial sinto-me inspirado. Talvez pela primeira vez da história desse blog, escreverei algo verdadeiramente útil para a vida de todos. Ensina-los-ei um dos conhecimentos ocultos de minha vida: Fritar ovos.

Veja você, fritar ovos transcende a simples necessidade básica de alimentação. Hoje em dia, ouso dizer que é mais que um conhecimento padrão, mas uma arte pessoal e intransferível. Cada indivíduo frita seu ovo como melhor lhe convier, e é assim mesmo que deve ser.

Imagino eu que fritá-los tenha sido a primeira técnica a ser inventada a respeito deles, os ovos. Afinal, quebrar e esquentar parece-me mais simples e óbvio do que esquentar sem quebrar. Entende?
Mas isso não é uma aula de História. Vamos ao que interessa.
Lembrando que este é apenas o meu modo de fritar ovos. Há variações de frigideira para frigideira.

Você vai precisar de:
Clique nos itens para melhor visualização.

Procedimento:
Ligue a música. Cozinha sem música não tem graça, na minha concepção.
Eu, particularmente, gosto de ouvir algumas músicas populares antigas do tipo que não fazem pensar muito. Skank, Djavan, essas coisas...
Ou Jack Johnson, mas esse eu ouço o tempo todo, então não conta.

Acenda o fogo. Espera-se que você use um fogão. Caso esteja usufruindo de uma fogueira ou método menos ortodoxo, tenha certeza de que a chama vai durar até o fim do procedimento. Um ovo meio-frito é até um tanto broxante.

Com a colher, arranque um generoso naco da manteiga e despeje sobre a frigideira. Divirta-se deslizando com a manteiguinha por toda a superfície interna da panela. Evite deixar qualquer espaço em branco.

Quando a manteiga terminar de derreter, quebre os ovos. Cuidado para não derramar a casca na frigideira. Ela gera surpresas desagradáveis na hora da ingestão do alimento.

Aqui entra uma parte que varia muito de gosto pra gosto. A gema.
Eu curto estourar a gema logo de cara com a colher. Faço dois furos em cada uma e deixo espalhar.

Esse é o momento de colocar o sal. Não se esqueça de colocar sal de novo quando virar o ovo. Isso é imprescindível.

Durante a fritagem, mantenha o ovo sempre em movimento. Por melhor que seja a manteiga, é bom para impedí-lo de grudar e facilitar a hora da virada.

Após alguns "TEC", "TSSSS" e "OUCH" já deve ser a hora de virar. Virar um ovo com uma colher sem rasgá-lo é uma tarefa incrivelmente árdua e requer milênios de prática. Os melhores mestres são capazes de virá-lo no ar, mas eu não sou um deles.

Não esqueça do sal.

Se achar necessário ou curtir um queimadinho, vire-o de novo.

Opcional:
Jogue uma ou duas fatias de queijo por cima do ovo durante o processo. Fica um S2 puro.




Bom, é isso. Espero tê-los ajudado um pouco no caminho da vida.