quarta-feira, 2 de junho de 2010

Te segura, te segura...

Tive um dia interessante hoje. O post que se segue pode parecer um diarinho, mas na verdade existem algumas mensagens que eu gostaria de passar a partir das coisas que me aconteceram. Não que elas sejam importantes ou úteis, mas com certeza são mais interessantes que uma mera narração tonta de um dia na rua.


Depois de várias semanas marcando de me encontrar e me enchendo de canos, minha amiguxinha Mazinha (diga-se de passagem, uma delícia de pessoa em vários sentidos) finalmente apareceu num programa. Ela me levou, pela primeira vez em minha vida, a um restaurante vegetariano.
Ok, eu devo admitir que um monte de mato é capaz de ter um gosto saboroso e que dá pra encher o estômago sem qualquer grama de carne. Posso admitir, inclusive, que carne de soja não é tão ruim assim. Não se compara a verdadeira, mas dá uma enganada.
Porém, como disse o grande Vinícius de Moraes... "As vaquinhas que me perdoem, mas carne é fundamental". Bom, se não foi isso foi algo parecido e igualmente importante.
Sei que com esse trecho do post eu posso estar atraindo uma série de inimigos e guerrilheiros verdes, mas eu juro que não é de propósito. Eu gostaria muito de viver em harmonia com os vegans de extrema esquerda desse país, mas eles são muito agressivos! Aliás, verdade seja dita, os tempos mudaram. Hoje em dia se você é hétero, comedor de carne ou qualquer outra coisa que antigamente era considerado óbvio, é discriminado como um monstro nazista. Estamos perdendo a liberdade de escolha nesse mundo ao avesso, pô.

Barriga cheia de mato e queijo, tivemos um breve encontro com Faifaizera e acabamos nos separando. Por algum motivo que eu não consigo aceitar, a Mazinha não queria que a gente a ajudasse a escolher calcinhas na loja de roupa.
O Faifaizox me acompanhou até o posto de saúde, onde eu supostamente tomaria a minha vacina contra Gripe Suína, mas eu o dei liberdade moral para me abandonar quando vieram avisar que o carregamento de vacina tava uma hora atrasado.
Mas o ponto não é esse. Infelizmente, esse tipo de coisa é normal por aqui.
O ponto é que a fila da injeção, no último dia de vacinação grátis, era minúscula. Caramba, no último dia de tirar o título de eleitor a fila era quilométrica, avançava quarteirões. Pra votar no Zé Bizoio só de sacanagem a galera sai de casa, mas pra própria saúde não vale tanto a pena. Fiquei um tanto indignado, mas ao mesmo tempo aliviado.
No fim das contas não acreditaram que eu era um asmático, descrentes! Quando for visitar os milicas, vou levar um atestado pra não cometer o mesmo erro.

Oficialmente marcado pra morrer de gripe, sem qualquer mão amiga do governo para me socorrer, passei numa lojinha (onde encontrei o Fai de novo. Caceta, que cara onipresente) e comprei um cata-ovo. Puxa vida, quando um homem escolhe um artigo esquisito, aquilo passa a fazer parte dele. Aquele tipo de coisa que faz uma pessoa se sentir pelada se ela não estiver usando, sabe? Eu tinha um cabelo esquisito, troquei por um chapéu um pouco menos esquisito, mas estava sem ele há mais de um mês.
Eu tinha esquecido que eu tava me sentindo pelado até me sentir coberto de novo. Puxa vida, como é bom ter um chapéu na cabeça. O meu preferido o Fai ainda não devolveu, depois de uma festa esquisita cujas consequências repercurtem até hoje.

Mas se teve uma coisa que realmente marcou meu dia, foi o cara do cachorro-quente. Todo bom campineiro sabe do que eu tô falando quando eu cito o tal cachorro-quente da Prefeitura. Se você é campineiro e ainda não comprou aquilo, meu irmão... Tá esperando o quê?
É bom, é barato e é fácil de achar. Se tem uma coisa que eu me arrependo, é de não ter começado a comer lá antes.
O ponto é que o cara que me vendeu os cachorros-quentes por todo esse tempo é um baita piadista. Depois de ganhar certa intimidade, ele nunca perdia uma chance de sacanear a mim e a galera que ia comprar comigo.
"Saindo o cachorro-quente sem salsicha que você pediu... Não não, você pediu sem salsicha que eu me lembro bem. Agora vai ter que pagar, eu já fiz."
"Hahaha, relaxa. Eu tô brincando de novo. Eu gosto de brincar bastante, mas o meu irmão gêmeo que as vezes ocupa o meu lugar é bravão. Nós somos tão parecidos que você nunca sabe quando sou eu ou ele."
"Ué, você pegou o katchup? Isso aumenta em dois reais. Se tá escrito aqui? Ah, não tá não. Eu esqueci. Bom, mesmo assim aumenta, é claro."
"Ei, ei! Você tá esquecendo de pagar. Não, eu tenho certeza de que você não pagou. Não não, não lembro de ter dado o troco coisa nenhuma. Você tá querendo me roubar?"

E o desgraçado é tão convincente que as vezes ele realmente te modifica a memória recente, só revelando a brincadeira quando você já tá pagando pela segunda vez.
Pois é. Tava passando por lá hoje, a caminho do ponto de busão, quando me deparei com o cara do cachorro-quente carregando um saco de lixo. Notando a fila da barraquinha, eu dou uma espichada pra olhar lá dentro e, puta que pariu, é o cara do cachorro-quente lá vendendo cachorro-quente. O lazarento realmente tem um irmão gêmeo mal-humorado, e cada fio de cabelo é idêntico!
Talvez isso exija uma mente muito aberta pra entender porque eu achei graça, mas o fato é que eu fui o caminho inteiro até em casa rindo sem parar. A vida, apesar de certas peculiaridades inconvenientes e injustiças gritantes, tem um lado engraçado, que dá um ânimo extra.
Ultimamente eu tava meio pra baixo e pá (inclusive comentei há uns dois posts atrás), talvez eu ainda esteja. Mas esse fatinho banal realmente deu uma animada.

Um comentário:

NiNa disse...

Olha só eu consegui tomar a vacina XP
ah o restaurante vegetariano eh bom almoçava sempre lá XP