domingo, 9 de agosto de 2009

Lalala, lalalala lalalalalaaa... lalala, lalalalala lala...

Vai aí um texto random e despropositado que eu etava usando de perfil do Orkut e fiquei com dó de mandar para o esquecimento completo:





Se fosse pra mim ser um personagem de filme, eu com certeza seria o extra que morre. As vezes eu acho isso um tanto pretencioso da minha parte e me pergunto se eu não deveria ser mais humilde e ser o extra que não morre... mas sei lá, eu me identifico com o que morre. Não que eu já tenha morrido antes. É mais por toda a mística por trás do barato.

Extras que morrem levam o serviço muito a sério, sabe.
Pode ser um sacrifício pelo bem geral da nação, uma morte estilosa ou uma morte sem querer. O importante é o profissionalismo.

Um extra que morre tem que se preocupar em chamar alguma atenção, só o bastante para dar um toque a mais pro filme. Porém ele nunca deve chamar atenção demais a ponto de ser mais lembrado que o protagonista, seja lá quem for. É preciso muita dedicação, prática e bom senso.

O extra que morre é tipo aquele cowboy de filmes de western que fica seguindo os outros o filme inteiro com uma palhinha na boca e na batalha final saca duas pistolas pra fazer um estrago e, impreterivelmente, morrer. Mas ele nem precisa ser tão estiloso assim.
O extra que morre pode ser aquela mãe fedorenta que abraça o filho com todas as forças numa fútil tentativa de protegê-lo enquanto ambos são triturados por robôs carniceiros do futuro.

E esse tipo de extra é muito diferente do extra sábio. Dumbledoure, Gandalf, tio do Homem-Aranha... Essa galera toda também é muito legal, mas mesmo que morra é um naipe totalmente diferente de extra.

Veja bem, é uma posição totalmente diferente do extra de fundo. Aquela gentalha que geralmente anda em bandos e fica morrendo sem mais nem menos a ponto de não causar qualquer comoção aos espectadores. Não, esses são outra laia. Um extra que morre tem que deixar a sua marca.

Também são diferentes dos extras que não morrem. O delegado velhote que saca uma espingarda para proteger a namorada gostosa do protagonista e, contra todas as expectativas, consegue fazer isso, é um extra que não morre. Esse cara vê o final feliz, acompanha o protagonista na volta da vitória e é lembrado pelas pessoas que tão saindo do cinema.

O extra que morre tem que morrer, cáspita.

É complicado ser um cabra que nunca vai ver o final feliz, já que se morre no meio pro fim. Se trata de um serviço pra machões. Gente de fibra.
São pessoas treinadas duramente desde o nascimento para seguirem todos os bons ideais contra qualquer expectativa adversa e, pasme você, morrer. Eles estão cientes de que não vão ganhar nada com isso, de que não vão ser tão úteis quanto se estivessem vivos e de que ninguém, absolutamente ninguém, vai sequer lembrar o nome deles quando estiver conversando sobre o filme depois... Mas é um serviço que alguém tem que fazer.

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